Angola
Paulo Formiga
Paulo Formiga é um artista autodidacta angolano, nascido em 1998 na província do Uíge. Desde criança, influenciado pelo pai, que aprendeu técnicas de arquitectura de forma autodidacta, cresceu rodeado de arte, com o talento artístico nas veias da família como se fosse um gene.
Através da sua prática artística, Paulo Formiga materializa o conceito de “africanidade”, destacando tanto a beleza dos homens e mulheres africanos quanto a diversidade cultural africana. Procura, deste modo, revitalizar os valores culturais que, devido aos resquícios da escravatura, têm vindo a desvanecer-se.
Brasil
Ana Maria da Silva Pinheiro
O projecto brasileiro Sitinho Trançando é um exemplo paradigmático de empresa social que integra profundamente o desenvolvimento comunitário, a sustentabilidade ecológica e a transmissão cultural. O projecto iniciou-se em 2018 na Vila Maranhão. É realizado e coordenado pela organização Nave em parceria com a mineradora brasileira Vale SA, tendo como missão central capacitar a comunidade através de técnicas artesanais, dando prioridade especial ao grupo de mulheres, com o objectivo de promover a equidade social e uma vida mais plena através da cooperação económica.
A singularidade do projecto reside no aproveitamento máximo e no respeito ecológico pelo material central – o buriti (Mauritia flexuosa). Esta árvore é uma espécie emblemática do bioma Cerrado brasileiro, sendo uma palmeira de grande estatura que pode chegar aos 35 metros de altura. É conhecida como "árvore da vida", pois tudo nela é valioso: os seus frutos podem ser transformados em óleo, bebidas e alimentos; as folhas são um material natural de construção tradicional e; e as suas fibras são um verdadeiro tesouro para o artesanato. No projecto Sitinho Trançando, as artesãs formaram a “Cooperativa de Mulheres Artesãs Trançando Arte”, colhendo de forma controlada as folhas tenras da palmeira (cada árvore jovem produz apenas cerca de cinco folhas por ano), assegurando que esta fibra natural, resistente e brilhante seja transformada em cestos, bolsas e outros produtos artesanais belos e únicos, sem prejudicar o ecossistema.
Mais importante ainda, este projecto encontra-se profundamente enraizado no património cultural da comunidade. O local do Ateliê Sitinho Trançando Arte está intimamente ligado à Igreja São João Joaquim do Bacanga, que possui importante significado histórico, tendo constituído uma fortaleza cultural onde a comunidade negra resistiu à opressão e se congregou espiritualmente. Hoje, a cooperativa de mulheres herda e dá continuidade a este legado de luta e resistência, transformando o ateliê num espaço de empoderamento da nova era. Assim como a igreja foi no passado, este local tornou-se um centro de união e força para a comunidade, onde as mulheres se encontram não só para garantirem o emprego e o rendimento, fortalecerem o sustento familiar e os laços sociais com as técnicas artesanais, mas também para perpetuarem a preservação da identidade cultural através do poder da arte, dando assim um contributo vivo para a criação de um futuro que combina a justiça social com a sustentabilidade ecológica.
Cabo Verde
Albertino Francisco Silva
Albertino Silva nasceu em 1967, na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente. Desde criança que, com o pai e os irmãos, adquiriu habilidades com ferramentas através de experimentação de diversos materiais. Frequentou o curso de mecânica na Escola Industrial e Comercial do Mindelo, foi aprendiz de serralharia mecânica na Matec. De espirito livre e criativo, nos finais dos anos 80, deu início a reciclagem de sapatos velhos (Sapatos de Albertino Silva) transformando-os em esculturas exibidas em exposições nacionais e internacionais. No Atelier Mar concluiu a formação de Técnicas Contemporâneas do Trabalho em Pedra. E Formador em artesanato em pedra, artesanato em chapas metálicas e reciclagem de papel. Em 2021, recebe do CNAD o reconhecimento profissional na categoria 4A - MESTRE ARTESAO FORMADOR. E trabalhador/ socio no Atelier Piká Pedra.
Exposições, feiras e intercâmbios
Cabo Verde -2000 “Escultura em sapatos”, 2003 “Criar com Quase Nada”, 2017 “Meridiano dos Ofícios”, 2023 - 1° encontro de Artistas Plásticos
Portugal - 2001 Intercambio na Faculdade de Belas Artes do Porto, 2020 Intercambio na Gárgula Gótica.
Canárias - 2003, 2017, 2019 Feira de Artesanato
Espanha - 2007 ARCO Feira de Arte Contemporânea
França - 2015 Faira de Bressuire – Bocapole
Macau - 2016 Semana da Lusofonia
India - 2022 Surajkund Crafts Mela
Guiné-Bissau
Elisabete da Silva
Elisabete da Silva é uma artesã da Guiné-Bissau e fundou com o coração nas mãos, o atelier Lis Silva, com o desejo de transformar casas comuns em espaços com alma.
O atelier é especiaclizado em peças decorativas feitas à mão, e destaca-se pela criação de abajures únicos, cheios de carácter, e aventais com design prático e dedicado, que aliam beleza e utilidade.
Cada criação é pensada com atençao ao detalhe, com materiais escolhidos a dedo e um compromisso com a autenticidade.
Guiné Equatorial
Eulalia Lori Bo Apo
Eulalia Lori Bo Apo é uma artesã experiente da Guiné Equatorial, cuja carreira artística tem como missão central promover e salvaguardar a herança cultural e artística do seu país e de toda a África através do artesanato. Não é apenas uma criadora de excelência, mas também uma transmissora cultural activa e uma promotora do desenvolvimento social.
No âmbito profissional, Eulalia possui competências abrangentes, dominando as artes têxteis (crochê, tricô), cestaria e tecelagem, ourivesaria artesanal, bem como desenho e pintura. Destaca-se particularmente na "arte de reutilização criativa", defendendo o uso de recursos naturais locais para transformar materiais descartados em obras de arte únicas e cativantes, reflectindo assim uma profunda consciência ambiental.
Além da criação individual, dedica uma parte significativa das suas energias à educação comunitária. Através de oficinas, transmite constantemente às mulheres e aos jovens as técnicas artesanais que constituem o cerne da identidade cultural, com o objectivo de despertar a sua criatividade e o espírito empreendedor. Possui elevada criatividade, sentido de responsabilidade e capacidade de trabalho em equipa. Adicionalmente, procura activamente absorver técnicas internacionais, sendo, deste modo, detentora de certificação profissional em pintura cerâmica espanhola e de certificação em bordado de Hunan da China.
Como embaixadora cultural activa, Eulalia conjuga perspectivas locais e internacionais. A nível nacional, colabora frequentemente com a Câmara de Comércio, Ministério do Turismo e outras instituições, participando em feiras de âmbito nacional. Internacionalmente, representou o seu país na Feira Comercial Transfronteiriça dos Camarões, na Feira Internacional de Têxteis Africanos do Togo e em actividades de intercâmbio cultural em Madrid, conseguindo assim apresentar ao mundo a vitalidade e inovação do artesanato africano.
China
He Mingyuan
He Mingyuan foi nomeada Mestre Artesã Rural da Província de Zhejiang em 2023 e recebeu distinções como Mulher de Mérito de Zhejiang e Red Banner Pacesetter de 8 de Março. É a representante do património imaterial municipal da forma de bordado “Ponto-Cruz”. Desde a tenra idade, apaixonada por bordados, as suas obras de “Dragão e Fénix em Harmonia” e “Ar Púrpuro Vem do Oriente em Pujiang (que simboliza esperança e energia auspiciosa na cultura chinesa)” receberam prémios nacionais de prata. Em 2024, participou em intercâmbios culturais na Tanzânia e na Nigéria, onde foi amplamente elogiada. Em 2019, fundou uma empresa de bordados cujos produtos são exportados para o estrangeiro, gerando emprego para mais de cem pessoas. Dedica-se activamente a ensinar em escolas e a promover a cultura do património imaterial.
China
Zhu Ruifang
É representante provincial do património imaterial do projeto nacional (Papel Recortado de Pujiang), membro do Comité de Arte de Recorte de Papel da Associação para a Promoção da Cultura Chinesa e da Associação Chinesa de Artistas Folclóricos, além de ser uma dos primeiros Mestres Artesãos Rurais provinciais. As suas obras têm como tema principal as personagens de ópera, sendo representativas do estilo de recorte de papel do sul da China. Em 2008, o Papel Recortado de Pujiang foi incluído na “Lista Nacional de Protecção do Património Cultural Imaterial”; em 2010, foi inscrito na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Moçambique
IBramuji Agi Nhalenguane
Qualificações Académicas
1980 – 9ª Classe na Escola Secundaria da Polana
Outras Indicações
1986 – 1989 – Curso de Inglês na Suazilândia
Experiência Profissional
1980 - 2011 – Escultor 1991 - 1996 – Professor de artesanato – C.B.M (Christophel Blend Mission in Suazilandia);
1997 - 2011 – Promotor de arte na Feira do pau;
2005 - 2009 – Trabalhou como Secretario na ANARTE (Associação Nacional de Artesãos);
2009 - Formação na área de design de artesanato;
2011-Participação em feira internacional em Macau;
2012-Participação em feira internacional no Brazil;
2012-Fomação de Formadores na Área de Gestão do Associativismo;
2012-Tradução em Inglês e Português para Turísticos;
2013-Investigação de mercado na área Artística;
2013-Partipação em feira internacional em Macau.
PORTFOLIO:
Portugal
Arlindo Manuel Castro Ferreira
Arlindo Manuel Castro Ferreira é um mestre joalheiro de renome internacional, com notáveis realizações no design e artesanato de joalharia. Possui uma formação académica sólida e sistemática, tendo estudado em várias instituições prestigiadas de arte e design em Portugal e Espanha. Ele domina competências abrangentes que vão desde as técnicas tradicionais de filigrana em ouro e prata, engaste de gemas, até à modelação 3D moderna (como Rhinoceros) e software de design Adobe.
Desde 2000 até ao presente, enquanto designer, produtor e gestor da empresa Só Ouro, não só domina todas as técnicas fundamentais de ourivesaria, incluindo a produção certificada de filigrana, como também é responsável por todo o processo empresarial, desde a concepção do design, prototipagem por impressão 3D, fabrico das peças finais, gestão de stocks, atendimento ao cliente e participação em exposições do sector. Dedica-se activamente à preservação da arte tradicional portuguesa da filigrana, promovendo-a através de formações, palestras e oficinas.
O talento excepcional de Arlindo manifesta-se plenamente através de numerosos prémios e projectos de colaboração internacional. Tem sido galardoado repetidamente com prémios de criatividade e design, tendo participado em várias criações marcantes, incluindo a colaboração com a Netflix Portugal, o "vestido de filigrana" exibido no Dubai, bem como criações que estabeleceram recordes mundiais — como a maior filigrana em formato de coração do mundo em 2018, a obra de filigrana representando uma ovelha bordaleira em tamanho real em 2023, e ainda o design de moedas de edição limitada para a Casa da Moeda de Portugal. Todas estas realizações demonstram a sua capacidade de combinar perfeitamente o artesanato tradicional com a inovação de vanguarda, consolidando a sua posição como líder de referência no sector.
São Tomé e Príncipe
António Neto Lima
Experiência Profissional
1983 /1986 – Pertencia a Unidade de Segurança de Estado como Militar Obrigatório.
– Participação no Curso de Computador como ferramenta de apoio ao trabalho
2005 – Formação Profissional de Artesanato Tradicional – Olaria
2009 – Participação no 4º curso “PROMOÇÃO DO COMÉRCIO EXTERNO E DOS INVESTIMENTO NOS PALOP “em Luanda
2009 – Acão de Formação sobre a Capacitação de Arrecadação de Receitas e Gestão de Finanças Públicas no Príncipe.
2013 – Acção de formação sobre Aspectos Administrativos e Técnicos de Importação e Exportação.
2017 – Formação de Aperfeiçoamento em Inspecção e Fiscalização das Actividades Económicas
Fotos de peças:
Timor Leste
Joaquim Suramali
Joaquim Suramali é um experiente artesão e designer de joalharia originário de Díli, Timor-Leste. Após ter interrompido o ensino secundário em 2006, começou a dedicar-se integralmente ao negócio familiar de ourivesaria, sendo há vários anos o responsável principal da oficina Sura Mali, situada na cidade de Ermera.
A sua especialidade profissional centra-se na promoção e preservação da cultura timorense através do fabrico artesanal de joalharia tradicional, utilizando principalmente prata, ouro e bronze como materiais, e produzindo uma vasta gama de adornos que inclui adornos de cabeça kaebauk, colares belak, colares, brincos, anéis, entre outras peças. Para além de se dedicar à transmissão das técnicas tradicionais, também procura activamente a inovação, integrando elementos modernos nos seus designs.
Além do design e da produção, é igualmente responsável pela gestão completa dos stocks da oficina, pela comunicação com clientes e pela interpretação cultural, explicando aos clientes o significado cultural das suas obras. Como um promotor cultural activo, Joaquim participa frequentemente em diversos festivais culturais de âmbito nacional, feiras empresariais e exposições artísticas colectivas, como por exemplo a semana cultural Filtun Fest realizada no Palácio Presidencial de Timor-Leste, festivais culturais no Centro de Convenções de Díli, entre outros, tendo as suas obras tornado-se numa importante montra do artesanato tradicional timorense.
No que se refere a idiomas, fala fluentemente tétum, domina o indonésio e possui conhecimentos básicos de português, o que lhe permite comunicar e colaborar eficazmente tanto no contexto local como em ambientes interculturais.
Macau, China
Ana Cristina Sarmento
Ana Cristina Sarmento é natural de Santarém, Portugal, e reside em Macau há mais de 40 anos.
É cofundadora da MALANINHA, uma marca estabelecida em Macau há mais de uma década, especializada na produção de trabalhos manuais com agulhas e linhas, rendas, arte “Batê-Saia” bijuteria, bem como na confecção de doces, compotas e geleias.
Em representação da Associação dos Macaenses na área do artesanato, tem participado na Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, no Festival da Lusofonia e, anualmente, de forma individual, nas feiras locais de artesanato.
Colaborou na organização da 2.ª Mostra do “Chá Gordo” de 2023, promovida pela Associação dos Macaenses, sob o tem “O Baptismo”, contribuindo com trabalhos elaborados em renda.